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Experiências com o brincar

- Luciane Ribeiro Messias -


Minha experiência do brincar em casa era basicamente barbies, bonecas, lego, stop e jogos de tabuleiro m nas na escola eu conheci a "queimada". Vou contar um pouco sobre minha relação com a essa brincadeira "queimada", eu sempre era uma das últimas a ser queimada, porque era bem magra o que já dificultava de me acertarem e eu corria bem rápido também, no entanto não queimava ninguém, eu procurava passar o mais desapercebido possível para não me notarem e de fato dava certo. Minha relação com os esportes: o basquete eu gostava muito de ficar fazendo cestas sozinha, futebol sempre foi o esporte que mais gostava de assistir e de participar, mas não eu não era boa nos esportes, ver a agressividade das pessoas no esporte era algo que me assustava, por vezes parecia que saía um bicho da pessoa, existia regras, mas quando a professora não olhava as pessoas burlavam as regras do jogo, na lei do mais forte.

Nas atividades de educação física durante 8 anos foram as mesmas atividades: queimada, pega número e um pouco de cada esporte de forma superficial. Minha professora de Educação Física era uma pessoa que amava o que fazia, tratava bem todos os alunos, ela somente não tinha criatividade e autonomia para nos ensinar mais.


Escrevi esse poema sobre minhas experiências com o brincar:


O Poder do Brincar


Toda nossa vida é um eterno brincar

Todas atividades que exercemos é um brincar

Vamos enxergar assim

Para a vida ser mais leve e divertida

Vamos ser gratos

Vamos mudar nossas mentes

Vamos mudar o mundo

Com a transformação do nosso mundo

Dizer não vai mudar

Mas ser quem somos

Ser um exemplo

A ser seguida

E admirada isso sim pode transformar

Ser diferente pode ser duro e revoltante para as pessoas

Mas vamos fechar nossa mente para isso

E focar no que queremos para nossa vida

Vamos focar em ser feliz

Vamos focar em nossos sonhos

Vamos nos aproximar daqueles que pensam como nós

Vamos nos aproximar daqueles que amam

Vamos nos aproximar daqueles que sonham

Limpar nosso ser de todo lixo presente no mundo

E preencher com amor, alegrias, fé, estudos, sonhos e aprendizados

Vamos perdoar

Pois é o único caminho para prosseguirmos

Vamos juntos agentes do brincar

Porque juntos somos mais fortes


O direito do brincar por muitas vezes não tem sido preservado eis aqui o papel e importância do agente do brincar, de acordo com a Constituição federal (1988) art. 227 “É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocálos a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão”

De acordo com Art 31 da Convenção dos Direitos da Criança: O desenvolvimento infantil e o direito de brincar – 1) Os Estados parte reconhecem o direito da criança ao descanso e ao lazer, a brincar e a participar de atividades de recreação apropriadas à sua idade e de participar livremente da vida cultural e das artes. 2) Os Estados parte deverão respeitar e promover o direito da criança de participar integralmente da vida cultural e artística e deverão propiciar oportunidades iguais e apropriadas para a atividade cultural, artística, recreativa e de lazer. Por meio deste artigo fica nítido como os direitos humanos e brincar são direito das crianças. Mesmo com esses artigos, mais o Estatuto da Criança e do Adolescente e a Lei Federal 11.104 de 21/03/2005; cada vez menos o brincar se encontra presente principalmente pela falta de investimento por parte dos adultos.

A brincadeira, é uma linguagem infantil, que mantém um vínculo essencial que articula a imitação do real e o imaginário. No ato de brincar, os sinais, os gestos, os objetos e os espaços valem e significam outra coisa. Ao brincar as crianças recriam e repensam os acontecimentos vivenciado por eles, sabendo que estão brincando. A brincadeira favorece a autoestima das crianças, auxiliando-as na formação de sua personalidade saudável e a superar progressivamente suas aquisições de forma criativa, transformando seus conhecimentos anteriores em conceitos gerais com os quais brincam (Santos, 2017).

Peter Gray, pesquisador e professor americano, em 2015 realizou uma entrevista para o Portal Aprendiz sobre: Brincar e sentir-se parte de uma comunidade são essenciais para a aprendizagem das crianças; ele é o fundador do conselho da Alliance for Self-Directed Education , que se dedica a promover oportunidades de educação autodirigida para crianças e adolescentes, em substituição à educação coercitiva. Ele também é fundador e membro do conselho da Let Grow, que se dedica a renovar a liberdade das crianças de brincar e explorar, ao ar livre, em espaços públicos, sem a supervisão contínua de adultos. Nesta entrevista Peter Gray relata que as crianças de hoje não têm tempo, espaço e permissão para brincar livremente. Seus lugares são controlados, as horas escolares cresceram e a organização das cidades desfez laços comunitários, tornando o espaço público inacessível e perigoso. Ele relata que somos nós que promovemos oportunidades de auto-aprendizado, socialização e brincadeira, para as crianças terem um aprendizado significativo.

Conta sobre a educação tradicional que tem como objetivo a obediência, sem questionar e não o pensamento livre e aprendizado; infelizmente muitas escolas são assim suprimindo o desejo natural de aprendizagem, reprimindo a curiosidade, dizendo que não importam as questões que o indivíduo tem, uma educação que não enxerga o brincar, o jogar e a socialização como parte do aprendizado e que diz que as crianças não devem agir de maneira independente. Gray afirma que o brincar é maneira pela qual as crianças adquirem estrutura física, emocional, intelectual e social. Ao brincar, nós simulamos um mundo no qual é possível praticar as habilidades que serão necessárias ao nos tornarmos adultos de fato.

Hoje, as crianças têm muito acesso aos computadores e telas, então eles vão ali buscar o brincar. Mas é na brincadeira de risco, livre e ao ar livre que se consegue lidar com problemas complexos, por exemplo, é subindo numa árvore ou até brigando uns com os outros, que eles aprendem a lidar com raiva e medo sem se autodestruírem. As crianças precisam de todo o tipo de brincadeira, até das mais arriscadas.



O brincar tem vários significados em nossa sociedade como: descanso, ausência de finalidade produtiva, treino para a vida adulta, recurso de aprendizagem e desenvolvimento psíquico. O brincar revela a cultura de uma sociedade, além de proporcionar uma experiência de prazer e liberdade.


REFERÊNCIAS


SANTOS, Geneí Gonçalves Ferreira. A Importância do Brincar na Formação do Sujeito. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Edição 05. Ano 02, Vol. 01. pp 41-56, Julho de 2017. ISSN:2448-0959

Constituição Federal de 1988

Convenção dos Direitos da Criança Estatuto da Criança e do Adolescente http://www.terradoshomens.org.br/ https://portal.aprendiz.uol.com.br/2015/11/26/peter-gray-brincar-e-sentir-separte-de-uma-comunidade-sao-essenciais-para-aprendizagem-das-criancas/ Curso Agente do Brincar – Etec Parque da Juventude

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