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O livre brincar: como estimular seu fluxo?

- Mariana Ferreira Vieira -


“Brincar é uma forma de organizar nosso mundo, criando um mundo paralelo ao que a gente vive” Antônio Nóbrega


Para mim a formação em Agentes do Brincar é a formação dupla de defensores do direito ao brincar. Também são resgatadores das oportunidades do brincar para quem não teve seu direito de brincar assegurado. Estes mediadores do brincar, vão estimular a brincadeira pois estão instrumentalizados dos benefícios e da importância do livre brincar, assim como do empoderamento e apropriação dos espaços e práticas do brincar pelos brincantes.



Como a fala de Antônio Nóbrega menciona, o espaço do brincar é uma construção interpretativa do nosso mundo, é um canal de fortalecimento da própria agência e autoconfiança, do ser-no-mundo pleno. O Agente do Brincar é o profissional que conhece os mecanismos através dos quais o livre brincar se estabelece, como estabelecê-los e como não interromper seu fluxo.


O profissional em Agentes do Brincar tem a necessidade de sua existência ratificada por um contexto social de segregação do espaço e do tempo do brincar, de sua definição e controle por adultos, de sanitização do brincar “correto”, do espaço “adequado”, da aversão ao risco.



O Agente do brincar preza pela reconexão das crianças com a cultura popular, com seus pares e com o potencial criativo de jogos, brinquedos e brincadeiras pela oferta de brinquedos que brincam sozinhos, espaços pouco desconstruídos em suas finalidades e isolamento urbano.






O brincar é atividade espontânea e característica humana, porém a maneira como nos organizamos socialmente sufoca o caráter lúdico humano e é nesse contexto que o brincar se alça a direito humano e o Agente do Brincar a seu guardião, nos lembrando o motivo por que brincamos, o que no brincar constrói nossa humanidade e como a ausência da dimensão lúdica prejudica o desenvolvimento humano.




Muito mais que o profissional que entretém e diverte, o Agente do Brincar também lida com o aspecto de tristeza, incerteza, de frustração, de risco e medo de que também são constituintes do brincar. Por saber que a brincadeira é uma experimentação da vida, esse profissional não freia as potencialidades de vida do brincar, mas abarca toda sorte de experiências do brincar como válidas e construtivas. É difícil estabelecer estes limites, quando pensamos na potencialidade de tudo que faz parte do brincar. Claro que quanto mais conhecimento, experiência e preparo deste profissional melhor ele saberá conduzir as situações adversas, neh?

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