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  • Brincar como um direito da criança - a lei garante, agora precisa entrar na prática.

    - Anna Flavia Murata - O tema brincar é como um grande guarda-chuva de subtemas que vem sendo discutido em diferentes esferas. Governo, pesquisadores, educadores e profissionais diversos dedicam seu tempo e formulam uma séria de documentos e estudos que garantam o cumprimento deste direito. A começar que o brincar é um direito da criança previsto em lei! É impactante perceber que há a necessidade de se defender o brincar utilizando a lei. O brincar e sua importância vem sendo evidenciado na comunidade internacional como na “Declaração dos Direitos da Criança” de 1959 e na “Convenção dos Direitos Humanos” de 1989 na ONU, de onde surgiu o artigo 31, cujo 1º artigo diz: “Os Estados-partes reconhecem o direito da criança ao descanso e ao lazer, ao divertimento e às atividades recreativas próprias da idade, bem como à livre participação na vida cultural e artística”, além de abranger as obrigações do Estado para garantir este direito. Já no Brasil, estes direitos são ainda assegurados pela Constituição brasileira de 1988, no Estatuto da Criança e do Adolescente de 1990 e na Lei federal 11.104 de 2005. Por outro lado, por várias razões, o trabalho tem sido valorizado em detrimento do ócio e do brincar, sendo ainda considerado como “perda de tempo”. E embora a nossa legislação tente garantir esses direitos, o baixo reconhecimento do seu significado na vida das crianças resulta na falta de investimentos em recursos, planejamento e execução de ações que protejam e promovam este direito. Basta olhar a hostilidade da cidade, com sua falta de espaços para crianças; à grade curricular das escolas, voltada para provões e avaliação por notas, com intervalo curto de descanso e lazer; e à própria mentalidade dos pais, que ocupam cada vez mais suas crianças com atividades extras curriculares. Isso mostra que não basta ter direitos garantidos pela legislação, mas que toda sociedade: o poder executivo, a sociedade civil, as organizações sociais, a academia precisa estar ciente da importância deste tema para o desenvolvimento humano. A academia, por exemplo, da comunidade internacional mostra estar bem organizada em relação ao tema. Em 2016, tive a oportunidade de estar em contato com todo um corpo de pesquisadores sobre desenvolvimento infantil e o direito de brincar dentro de suas áreas de atuação. No 9ª Simpósio “Growing in Place, design for children, families and nature in the city”4 organizado pela Natural Learning Initiative da Universidade da Carolina do Norte, EUA, vários pesquisadores puderam apresentar suas pesquisas em detrimento ao tema do brincar, principalmente com foco ao ambiente externo e relacioná-lo ao seu campo de atuação, seja psicologia, arquitetura e urbanismo ou meio ambiente. Lá, o professor pesquisador em psicologia, Peter Gray, discorreu sobre sua mais recente pesquisa que foca no papel do brincar na evolução humana e em como as crianças educam a si mesmas através do brincar e da exploração livre. E disse: “uma criança que se pendura em uma árvore e está tomando a decisão de pular ou não, está neste momento, em realidade, aprendendo a lidar com o medo e a consequência de suas escolhas”. Por isso, em seu livro “Free to Learn”, de 2013, defende a postura do brincar livre, com o mínimo de intervenção adulta. O brincar livre é o principal meio pelo qual as crianças aprendem a controlar suas vidas, a resolver problemas, a se relacionar com os colegas e a se tornar emocionalmente resilientes. Fele ainda fez uma bela metáfora durante o evento: “O adulto, no ambiente do brincar, deve ser como um salva vidas. Ele está lá pronto para agir, mas só deve entrar em ação quando acionado”. Isso evidencia a importância de deixarmos as crianças correrem alguns riscos. Em adição ao tema, o britânico Tim Gill, no livro “No Fear: Growing up in a risk averse Society” de 2007, argumenta que a infância está sendo prejudicada pelo crescimento da aversão ao risco. Isso restringe as brincadeiras das crianças, limita sua liberdade de movimento, coroe suas relações com os adultos e restringe sua exploração de mundos físicos, sociais e virtuais. Ou seja, crianças que não têm essa oportunidade dificilmente conseguirão ser confiantes, independentes e autônomas em sua vida futura. Em outras frentes, pesquisadores como a Drª Nilda Cosco e Dr. Robin Moore apresentam conceitos de design de ambientes ao ar livre para crianças de modo a torná-lo participativos e estimulantes. E a Drª DeAnna Breasley, PhD em biologia, também presente nesta conferência, defendia a exposição da criança em diferentes ambientes, principalmente externos para aumento da resistência imunológica perante o convívio com os micróbios e fungos dos ambientes externos. Enfim, um evento inteiro organizado por diferentes pesquisadores com objetivo final de ressaltar que as crianças nascem curiosas e precisam se relacionar com diversos tipos de ecossistemas para manter suas mentes questionadoras vivas, para crescerem apaixonadas pela natureza e para se aproveitarem os benefícios que ela e os espaços externos bem planejados podem prover. Contudo, apesar de tantas evidências positivas sobre o brincar em espaços externos geradas pelo mundo acadêmico, estudos mostram que há uma diminuição da quantidade de horas diárias que as crianças passam brincando lá fora. Uma pesquisa realizada pela Edelman Berland, agência independente de pesquisa de marketing, entre fevereiro e março de 2016 pela OMO com 12 mil famílias em dez países mostrou que 56% das crianças passam 1 hora ou menos brincando ao ar livre. Isso pode estar acontecendo porque, cada vez mais, a população mundial mora em centros urbanos, com menos possibilidade de estar em contato com áreas verdes e maior insegurança. Quando analisamos a realidade brasileira, vemos que o grande desafio está em planejar e oferecer espaços que promovam e protejam os direitos das crianças permitindo oportunidades para o brincar: faltam espaços apropriados e convidativos, com presença de áreas verdes e segurança. De modo geral, as nossas cidades podem ser grandes inimigas do brincar em função de seu planejamento ou da falta dele. Tendo isso em vista, a Lei Federal 13.257, vigente no Brasil desde março de 2016, que institui o Marco Legal da Primeira Infância, estabelece e consolida uma série de direitos das crianças de zero a seis anos completos. O artigo 17 da lei 13.257/20169 diz que diz que “a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios deverão organizar e estimular a criação de espaços lúdicos que propiciem o bem-estar, o brincar e o exercício da criatividade em locais públicos e privados onde haja circulação de crianças, bem como a fruição de ambientes livres e seguros em suas comunidades”, reforçando que brincar em espaços externos é fundamental para o aprendizado. Neste sentido, o Estado, Governo e Prefeitura têm influência definitiva sobre o proveito da cidade para os cidadãos e para as crianças. Ações como o fechamento de ruas para carros em determinados dias da semana; promoção de eventos abertos; criação e manutenção de parques e praças, por exemplo, são inciativas que em si só já aumentam muito o aproveitamento da cidade por parte dos cidadãos. Oferecer espaços com natureza ou convidativos na cidade, com desafios interessantes para as crianças é de responsabilidade dos adultos, principalmente dos pais, cuidadores e daqueles que administram as cidades. Por isso, a incidência em política é fundamental para que o brincar tome cada vez mais corpo. Por mais importantes que as ações de conscientização sobre o brincar com pais e educadores sejam, envolver e convencer as outras esferas é fundamental para uma mudança significativa. Por exemplo, em uma esfera menor como a escola. Não adianta capacitar os professores sobre a importância do brincar se sua coordenação e diretoria não estiverem convencidos do mesmo. Assim como, não adianta ter a escola convencida se os pais não compreendem o mesmo conceito. Desta forma, pais, professores, a instituição escola, secretarias, prefeituras, governo, etc, devem entrar no mesmo barco e confiar que a promoção do brincar terá efeitos positivos no desenvolvimento das crianças. Referências: 1 - Definição “Agentes do Brincar: www.iabrasil.org ou no livreto “Artigo 31 da Convenção dos Direitos da Criança: o desenvolvimento infantil e o direito de brincar”, página 11, parágrafo 1º, maio/2015 2 - Playworker: Guia do Playwork, tradução de 2015 do “The buskers guide of playwork”, página 3, parágrafo 1º 3 - Direito do brincar: Item 1 do Artigo 31 da Convenção Internacional dos Direitos da Criança – CDC,1989 4 – 9º Simpósio Growing in Place: https://naturalearning.org/growing-place-symposium-2016 5 - Free to Learn: Why Unleashing the Instinct to Play Will Make Our Children Happier, More Self-Reliant, and Better Students for Life, de 2013, Autor: Peter Gray 6 - Tim Gill: https://rethinkingchildhood.com/no-fear/ | 2007, livro No Fear: Growing up in a risk averse society 7 - Referência trabalhos Drª Nilda e Dr. Moore: https://naturalearning.org/team 8 - Pesquisa sobre tempo médio que as crianças passam externamente brincando: http://ciclovivo.com.br/noticia/criancas-passam-menos-tempo-ao-ar-livre-do-que-presidiarios/ 9 - Marco primeira infância: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/lei/l13257.htm 10 - Pesquisa satisfação IPA Brasil: http://docs.wixstatic.com/ugd/03465a_1dcdb6fc4b964e54874a3abc0b4bc9e5.pdf

  • Profissionais do Brincar - Um olhar sobre os Agentes do Brincar

    - Bianca Freitas Leme - “Não se trata de uma regressão irresistível à vida infantil quando o adulto se vê tomado por um tal ímpeto para brincar. Sem dúvida, brincar significa sempre libertação.” Walter Benjamin O brincar é uma ação mais natural e comum do comportamento humano, principalmente, ao longo da infância. É por meio do brincar que se torna possível a criança se expressar e explorar o mundo ao seu redor. Para tanto, é importante observar algumas diferenças entre criança e infância. Segundo Carneiro e Dodge (2008), em síntese, a palavra criança associa-se a ideia de uma etapa do desenvolvimento humano, ela se diferencia do adulto, não havendo nenhuma preocupação com o seu comportamento, com a sua cultura ou, até mesmo, com o seu papel dentro da sociedade. Já o conceito de infância está associado hoje dentro de um contexto cultural, social, político e econômico, ou seja, implica o lugar em que a criança está inserida na sociedade. De acordo com o documento estabelecido na Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos da Criança (artigo 31) e no Estatuto da Criança e do Adolescente do Brasil (artigos 40 e 16), o brincar é reconhecido como um dos direitos fundamentais de todas as crianças, pois se trata de uma linguagem essencial para o seu desenvolvimento. Neste sentido, toda criança deve ser vista como cidadã e ter o direito de brincar e viver a infância. Pois mesmo sendo pequena e vulnerável, ela é um ser que tem saberes, interesses e necessidades e, acima de tudo, ela é um ser que precisa de amor, carinho e atenção. Brincar é movimento, liberdade, cultura, emoção e diversão. Deve ser visto como uma atividade prazerosa e espontânea, que favorece diversas aprendizagens e que contribui para que a criança se desenvolva de forma cognitiva, afetiva e social. Desta maneira, quando a criança brinca ela aprende a se expressar, a socializar, a imaginar, a fantasiar, a criar; a explorar, a cooperar, a respeitar os outros e a si mesmo, a enfrentar riscos e desafios, a lidar com frustrações, a fazer o uso do sensorial e do movimento, a expressar seus sentimentos e emoções, a ouvir e compartilhar histórias. Além disso, o brincar também incentiva a curiosidade, a autoconfiança, a concentração, a autonomia, e contribui para a construção de novos conhecimentos e aprimora o seu repertório. Seguindo este ponto de vista, na obra publicada pelo Ministério da Educação (2013), é salientado que: O brincar ou a brincadeira - é atividade principal da criança. Sua importância reside no fato de ser uma ação livre, iniciada e conduzida pela criança com a finalidade de tomar decisões, expressar sentimentos e valores, conhecer a si mesma, os outros e o mundo em que vive. Brincar é repetir e recriar ações prazerosas, expressar situações imaginárias, criativas, compartilhar brincadeiras com outras pessoas, expressar sua individualidade e sua identidade, explorar a natureza, os objetos, comunicar-se, e participar da cultura lúdica para compreender seu universo. (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, 2013, p. 10) Com base na citação acima, observa-se que através da cultura lúdica, as crianças têm a possibilidade de vivenciar múltiplas experiências mesmo que simbólicas, uma vez que o imaginário é a ferramenta primordial para dialogar com a alma da criança. É no imaginário que prevalece o encanto da fantasia. Na brincadeira do “faz de conta”, por exemplo, a criança vive a realidade que a cerca no momento, assim, o brincar faz dela a protagonista de suas ações. Por sua vez, nota-se que as atividades lúdicas não têm como objetivo apenas o de proporcionar o bem-estar e divertimento, mas também são fundamentais para o aprendizado. Junto a tais reflexões, surgem novas perspectivas acerca do brincar. É possível observar que em muitos lugares o brincar se torna uma atividade dirigida, que para poder brincar é preciso obter algum conhecimento imediato, ou seja, não é respeitado o direito de brincar da criança pelo simples prazer de brincar. Outro aspecto alarmante é o “tempo limitado” que é dado para a criança brincar, pois cada vez mais se observa o impulso de inserir atividades e tarefas em sua rotina diária. Para que as crianças possam se desenvolver de maneira saudável, é preciso respeitar o seu tempo, principalmente o seu tempo de brincar. As autoras Jensen e Amarante (2017) ressaltam que: No mundo infantil não deveria caber a palavra “pressa”. Leva-se tempo para crescer, para construir um corpo saudável que sirva de base física para todo um desenvolvimento anímico espiritual posterior. Para isso temos a infância, que deveria ser permeada pelo: brincar; desenhar livremente; natureza – terra-água-areia; correr- balançar – pular corda; atividades caseiras para a criança imitar; ritmo saudável; bom sono; boa alimentação; espaços amplos; etc. (JENSEN; AMARANTE, 2017). Nesta perspectiva, pontuam-se algumas questões, sendo elas: como podemos proporcionar às crianças o acesso espontâneo e livre do brincar? Como podemos ser facilitadores do brincar? Como proporcionar tempo, espaço e o ambiente de brincar? Ser Agentes do Brincar e ajudar as crianças brincarem pelo prazer do brincar, não com outro propósito ou agenda, e que o brincar pode acontecer além dos muros da escola. No convívio familiar, por exemplo, cabe aos pais tornar o brincar parte integrante da rotina diária das crianças, oferecendo oportunidades delas brincarem, porém, respeitando as escolhas de brincadeiras das crianças, individuais ou em grupo. Além disso, o brincar constrói e fortalece vínculos afetivos, afasta a tristeza e promove a alegria. Referências BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Brinquedos e brincadeiras de creches: manual de orientação pedagógica. Brasília: MEC/SEB, 2012. CARNEIRO, Maria Angela Barbato; DODGE, Janine J. A descoberta do brincar. São Paulo: Melhoramentos, 2008. JENSEN, Silvia; AMARANTE, Maria Chantal. O brincar infantil. Disponível em: . Acesso em: 9 jun. 2017.

  • AS RAÍZES DO SUCESSO ESTÃO NA PRIMEIRA INFÂNCIA

    - Marilena Flores Martins¹ - A busca da felicidade é tão antiga quanto o ser humano. Em suas pesquisas sobre o tema o prêmio Nobel e economista britânico Richard Layer constatou que, embora nas últimas décadas um grande número de pessoas em todo o mundo tenha sido beneficiado por um notável crescimento econômico, dispondo de mais bens materiais e de sistemas educacionais e de saúde melhores, isso não as tornou mais felizes. As estatísticas apontam um número maior de pessoas com depressão, enquanto que outros indicadores de insatisfação, a violência e a criminalidade, estão muito mais elevados tanto nos países desenvolvidos como nos em desenvolvimento. No Brasil, pesquisas revelam que para muitos pais a prioridade é preparar os filhos para serem profissionais bem-sucedidos como garantia de felicidade. O sucesso escolar é preocupação também de educadores, gestores públicos e setor produtivo. Mesmo justificável, não se pode esquecer que a formação das mentes jovens depende dos primeiros anos de vida e de condições oferecidas pelos pais e apoiadas por leis e políticas públicas que ofereçam oportunidades para o desenvolvimento integral. A Dra. Iole Cunha, neonatologista, presença nos eventos promovidos pelo Senado Federal a cargo da Comissão de Valorização da Primeira Infância e Cultura da Paz, salienta que o desenvolvimento das competências cerebrais está diretamente relacionado ao tipo de ambiente pós-natal e social onde se insere a criança. Crianças se incluem no mundo cedo, por vínculos criados com seus cuidadores que satisfazem suas necessidades, da alimentação ao afeto/reconhecimento. E experiências continuadas de privação e desamparo podem ser a origem de sérios distúrbios de desenvolvimento. Com objetivo de disseminar tais estudos, apresentando descobertas científicas a subsidiar políticas públicas voltadas ao tema, conscientizando autoridades, instituições e sociedade civil, o Senado criou a Comissão citada acima, responsável por realizar desde 2008 a Semana de Valorização da Primeira Infância e Cultura da Paz. O tema da VII Semana, a realizar-se de 25 a 27 deste mês, nas dependências do Senado, é “Neurociências e Educação na Primeira Infância: progressos e obstáculos”. Apoiado por embaixadas, com a vinda de renomados cientistas, o evento cada vez mais adquire porte internacional. Gratuito e aberto ao público, tem foco no Legislativo – deputados e senadores – e gestores públicos, devido à responsabilidade na elaboração de leis que afetam a Primeira Infância e em implantar políticas voltadas às crianças. A temática da VII edição mostra o cuidado da Comissão em associar as últimas descobertas científicas a um tema já muito discutido, mas ainda sem apresentar bons resultados: educação infantil. Ademais, difundir os progressos e identificar obstáculos na aplicação do conhecimento acumulado para colocá-lo a serviço de responsáveis pela elaboração das leis e de interessados em sua aplicação. Quanto se fala em sucesso e felicidade, vale pensar em valores como a ética, que precisa ser cultivada, vivenciada e valorizada ou não conseguiremos aprimorar os níveis de desempenho, sequer produzir trabalhadores a gostar do que fazem. Segundo Howard Gardner, consultor de Harvard, as mentes éticas são confiantes e confiáveis, se responsabilizando por suas ações e pelo papel de cidadão contribuinte com o mundo na busca da felicidade; com valores como bondade, honestidade, esperança e alegria em fazer bem feito. Valores que se desenvolvem à luz da Educação de qualidade. Também o brincar será um poderoso aliado na descoberta de si e do mundo, além de contribuir para o desenvolvimento de habilidades e competências fundamentais, podendo ajudar a desenvolver áreas do cérebro responsáveis pelo sentimento de empatia, tão importante no mundo cada vez mais diversificado. A relação positiva da criança com seus cuidadores, principalmente a mãe, é fator decisivo no Apego, portanto, apoio à gestante e à mãe reflete na qualidade dos vínculos criados entre eles. Bons programas de intervenção e educação reduzem riscos de comportamentos agressivos persistentes na Primeira Infância e desvios de comportamento na adolescência e fase adulta. Tecnologia e Ciência deverão ser instrumentos para melhor qualidade de vida. Contribuir efetivamente para o surgimento de indivíduos mais felizes se refletirá em melhor desempenho profissional, familiar e social. Eis a raiz do sucesso! 1 - Marilena Flores Martins é membro da IPA Internacional, coordenadora do GT do Brincar na Rede Nacional Primeira Infância-RNPI, atuou em saúde mental de crianças e adolescentes por 27 anos e autora de vários livros, entre eles Guia “Brincar é Preciso”.

  • Crianças que crescem em espaços urbanos verdes têm melhor desempenho escolar

    - Marilena Flores Martins - As crianças que crescem perto dos espaços verdes urbanos provavelmente terão melhor desempenho escolar, de acordo com um novo relatório científico do British Journal of Educational Psychology. O espaço verde tem um "papel positivo no funcionamento cognitivo", uma vez que memória de trabalho espacial está fortemente relacionada com o desempenho escolar das crianças, particularmente em matemática. Essa é a conclusão dos pesquisadores do Instituto de Educação da University College London, que analisaram as memórias de trabalho de mais de 4.700 crianças de 11 anos em diferentes áreas urbanas da Inglaterra. Eles descobriram que aqueles que vivem em lugares com mais espaços verdes superaram as dos seus colegas. Testes de memória espacial As medições foram feitas usando testes de memória visual e espacial, em computadores. As crianças foram solicitadas a procurar fichas escondidas em caixas coloridas exibidas na tela, sem retornar a uma caixa onde um token havia sido encontrado anteriormente. Tornou-se cada vez mais difícil à medida que o número de caixas aumentava. Os pesquisadores analisaram o número de erros cometidos e descobriram que não apenas crianças de bairros com mais espaço verde cometeram menos erros, mas também eram mais propensas a ter origens socioeconômicas mais altas e também participar de esportes. O professor Eirini Flouri, o dr. Efstathios Papachristou e a dra. Emily Midouhas realizaram o estudo. Flouri disse: “Nossas descobertas sugerem um papel positivo do espaço verde no funcionamento cognitivo. A memória de trabalho espacial é uma importante habilidade cognitiva que está fortemente relacionada com o desempenho escolar em crianças, particularmente o desempenho em matemática. “Se a associação que estabelecemos entre o espaço verde da vizinhança e a memória de trabalho espacial das crianças é causal, então nossas descobertas podem ser usadas para informar decisões sobre educação e planejamento urbano.” Publicado pela primeira vez em Child in The City Newsletter-04/10/2018.

  • Conhecendo a si próprio e ao outro. Valores éticos e humanos

    - Marilena Flores Martins - DE QUEM ESTAMOS FALANDO? O Agente do Brincar é antes de tudo um educador e como tal, promoverá mudanças nas pessoas e no contexto familiar e social em que vivem. Ao mesmo tempo em que auxilia a criança ou o jovem na construção do seu conhecimento, desenvolve-se também com as experiências trocadas, ampliando sua dimensão de educando permanente. Une ação e reflexão. Seu fazer é resultante de uma opção nascida do pensamento crítico e voltado para a ação transformadora. Ele aposta no outro e por isso acredita na capacidade infinita de transformação do ser humano. Percebe qualidades nas pessoas, descobrindo nelas talentos insuspeitados e muitas vezes subestimados. Para que seu papel transformador seja desempenhado com sucesso é preciso conhecer-se a si mesmo e também as crianças e os pais com os quais irá trabalhar. POR QUE AS CRIANÇAS BRINCAM? As crianças, desde os seus primeiros meses de vida, incluem-se no mundo por meio dos vínculos que estabelecem com os adultos que delas cuidam. Desde bem pequenas demonstram de forma evidente suas necessidades básicas que incluem, além da alimentação e dos cuidados pessoais, o afeto, o estímulo e o reconhecimento. As pessoas já adultas continuam demonstrando essas mesmas necessidades por toda a vida. Ao atender as crianças em suas necessidades estaremos tornando-as resilientes. A resiliência é a capacidade de se recuperar e se superar psicologicamente e de ter um bom desempenho socialmente aceitável, apesar de alguma forma de tensão ou adversidade, que são parte do alto risco de circunstâncias externas negativas. Os pilares da resiliência são: o Afeto, a Aceitação Incondicional, a Descoberta do Significado, as Habilidades sociais, o Humor e a Auto-Estima. AFETO E AUTO-ESTIMA Entendemos como demonstração de afeto todas as atitudes que contribuem para um relacionamento positivo e consistente entre adultos e crianças. Neste conceito se inclui a aceitação incondicional da e pela criança. Todas as crianças precisam de pelo menos uma pessoa que as aceite totalmente, incondicionalmente e com todos os senões. É muito importante saber que essa aceitação incondicional é recíproca; ambos, adultos e crianças têm que se aceitar mutuamente e de maneira incondicional. Eles precisam sentir que nasceram um para o outro e que pertencem à mesma rede. Quando as crianças e os adultos estão brincando juntos, este fato expressa a aceitação incondicional: não há outro motivo para desfrutar a não ser a presença de um pelo outro, sendo um, parte da vida do outro e pertencendo um ao outro. Este comportamento é cheio de significado: adultos e crianças estão celebrando e desenvolvendo seu pertencimento. A aceitação incondicional desenvolve a auto-estima, que é o sentimento de estar bem consigo mesmo. Ela está relacionada à sua opinião sobre si mesmo e ao mesmo tempo, à opinião dos outros sobre você. Enquanto brincam, as crianças recebem continuamente informações sobre quem eles são; avaliam uns aos outros e a si próprios. Portanto eles estão desenvolvendo mais ou menos auto-estima. ESTÍMULO A neurociência nos aponta novos caminhos para explicar o desenvolvimento humano. Neurônios podem nascer ou morrer de acordo com os estímulos a que são submetidos. Condições como estresse, depressão e viver num ambiente pobre em estímulos provocam morte de neurônios e atrofia de áreas cerebrais como o hipocampo, essencial para a memória e o aprendizado. Por outro lado, os estímulos nos fazem perceber que estamos vivos. As crianças precisam ter experiências em que elas possam decorrer o significado de suas vidas, o significado de viver neste mundo, o significado das relações interpessoais. Brincar é o estímulo que ajuda a criança a construir o seu projeto de vida. Não é só o significado que é importante, é a descoberta do significado, o ato de descobrir um significado. A descoberta do significado pode ser feita de várias maneiras, mas uma das mais importantes é brincar.Talvez a razão mais importante pela qual as crianças brincam, seja pela descoberta do significado. Brincar leva a descoberta de si mesmo, das outras pessoas e do mundo. Começa pela manipulação das coisas, pela descoberta e desenvolvimento de sua capacidade para a vida. O desenvolvimento integral das crianças (físico, psicológico, motor, emocional, etc.), pode ser interpretado como o processo de criação e descoberta de significado. RECONHECIMENTO O reconhecimento está diretamente relacionado às habilidades sociais que são as habilidades que as pessoas precisam para organizar suas vidas, para atingir algum objetivo. Aprender a calcular, a dirigir um carro, a falar outras línguas, aprender história, geografia, todas estas atividades ajudam os jovens a introduzir-se no mundo da maneira como foi construído por muitas pessoas, durante muitos séculos e dessa forma obterem o reconhecimento de que necessitam. A maior parte das instituições educacionais está muito focada em desenvolver essas habilidades utilizando a educação formal, mas há também a educação não formal que acontece quando oferecemos às crianças oportunidades para brincar livremente, seja nos espaços públicos, seja nas escolas ou em suas casas. Quando as crianças têm a oportunidade de escolher como, onde e com quem querem brincar, elas estão desenvolvendo muitas habilidades sociais como: organizar sua agenda, negociar com outros sobre o que fazer, construir relações sociais, aprender a dominar a frustração quando perdem o jogo etc. Essas habilidades colaboram para a construção de um individuo único, resiliente, suficientemente capaz de estabelecer vínculos positivos e relações de confiança em si e no outro. Estas são as bases para que ele seja reconhecido como pessoa e como cidadão, pronto para desempenhar seu papel no mundo. PERFIL DO AGENTE DO BRINCAR Até aqui falamos de como se estrutura a personalidade de cada um de nós. Vamos agora abordar uma questão muito importante quando falamos do desenvolvimento de pessoas. Antes de tudo, precisamos lembrar que as pessoas são os meios e o fim do desenvolvimento e por isso os agentes que atuam para promovê-lo, seja em que área for, necessitarão desenvolver habilidades, atitudes e valores que são essenciais para um resultado positivo em seu trabalho transformador. Vejamos algumas: Liderança - A liderança para ser respeitada precisa ser natural, espontânea. O verdadeiro líder é entusiasta, dinâmico, acumulando conhecimento em uma ampla gama de assuntos. Tem boa memória e está sempre buscando melhorar o sistema em que atua. Criatividade - O Agente do Brincar é um criador de acontecimentos - Em outras palavras faz acontecer, realiza. Alem da atitude reflexiva, os agentes, precisam passar também para a ação. Não podem esquecer que as crianças aprendem muito mais com os modelos de ação do que com discursos elaborados. Organização - Pesquisas têm demonstrado que a organização externa do espaço e das atividades é interiorizada pelas crianças, facilitando seu aprendizado. O agente que deseja efetividade no seu trabalho organiza seu programa de atividades, seu material, seu ambiente de trabalho, de modo que se sinta seguro e transmita segurança aos participantes. Flexibilidade – precisa ser flexível para responder ás questões diversas e desenvolver sua capacidade para “ver” e “ouvir”. Atuará dando o primeiro passo no sentido de ajudar o outro no seu processo de desenvolvimento pessoal e conseqüente conquista de Autonomia. A autonomia é requisito fundamental para que os indivíduos alcancem a tão almejada felicidade! Ela está intimamente relacionada á capacidade de cuidar de si mesmo e a relacionar-se com o outro de maneira afetivamente satisfatória. É ferramenta fundamental na busca da realização pessoal. O ser humano está em constante interação com o outro e precisa sentir-se amado e respeitado incondicionalmente. Por esse motivo é importantíssimo que o agente veja e ouça em cada menino ou menina com os quais se relaciona, aquilo que eles têm em comum com as demais crianças e não os que as diferenciam. É importante saber o que querem aprender e não o que não sabem! Precisam saber da sua história pessoal e familiar bem como do contexto cultural em que vivem, sem compará-los a padrões pré-estabelecidos. Vocação para a Pesquisa - Pesquisar novas formas de abordagem e de transmissão de conhecimentos e técnicas é o que faz o verdadeiro agente. Ele nunca está satisfeito com os resultados obtidos, não para punir, mas sempre para buscar novas e melhores maneiras de aperfeiçoar o seu trabalho. Coleta informações e compara resultados, sempre no sentido de buscar indicadores para a efetividade do seu trabalho. Laborabilidade – O verdadeiro agente tem amor ao trabalho e disponibilidade para assumir novos desafios que levem ao aprimoramento do seu trabalho e ao seu próprio. PILARES DE ATUAÇÃO A atuação do Agente para ser efetiva, precisa estar construída sobre três pilares: Sentir - Entenda-se por sentir, a experimentação de emoções verdadeiras : Afeto, Medo, Alegria, Tristeza, Raiva. Pensar - Conhecer-se a si mesmo e também os princípios e valores que regem os relacionamentos humanos. Ter consciência dos direitos das crianças e jovens e os deveres dos cidadãos. Capacidade de reflexão sobre esses temas e autonomia para pensar. Agir - Para tal, mais uma vez precisa ter sua Autonomia desenvolvida, atuar com Criatividade na resolução das questões e cultivar a Liderança positiva que leva o outro a atingir seu desenvolvimento pleno. VALORES FUNDAMENTAIS A SEREM TRANSMITIDOS Confiança - É a chave para promover a resiliência. As crianças precisam aprender a confiar em si e nos outros a partir da confiança que depositam em sua família e nos adultos com os quais se relacionam. Honestidade - Baseia-se na confiança que as pessoas desenvolvem umas nas outras. É a crença de que o outro e sincero e honesto e não fará nada para prejudicá-lo. Ajuda a desenvolver a solidariedade. Verdade - São os fatos reais sobre a situação e entre as pessoas e não algo inventado, imaginado, escondido. A confiança ajuda a reconhecer a verdade. Esperança - A vocação para sonhar é parte da personalidade humana. A criança desde cedo começa a imaginar seres e espaços onde ela vive com quem ama e é feliz. Aos poucos, porém as vicissitudes da vida fazem-na adaptar-se a uma realidade nem sempre rósea, levando-as muitas vezes a uma adaptação puramente de sobrevivência. Esta atitude leva a desesperança e apatia que, no seu extremo, caracteriza-se pela falta de vontade de viver, manifestando-se esta de várias formas: desde o mau aproveitamento escolar até o envolvimento com drogas de todo tipo. O agente que tem sua capacidade de sonhar preservada, pode ajudar essa criança ou jovem a resgatar o sonho e a fantasia em sua vida e desta forma impulsioná-lo com energia par as mudanças positivas. Beleza - A criança e o jovem por outro lado, como disse Esquivel: “Têm o Direito Universal à Beleza”. A Estética e a capacidade de descobrir o belo nas pequenas coisas são fundamentais para o desenvolvimento da alma infantil e as qualidades anímicas são fonte geradora de energia vital e desenvolvimento saudável de corpo e mente. Sem esses princípios o processo educacional é estéril e medíocre. Finalizando, poderíamos lembrar de alguns requisitos básicos para um bom desempenho:  O Agente precisa ter força e potência suficientes para se transformar e ajudar o outro na sua transformação;  O Agente deve ter a capacidade de aprender durante toda a vida e buscar as oportunidades para fazê-lo;  O Agente precisa dominar as diferentes linguagens e códigos com os quais se negociam os significados do mundo contemporâneo;  O Agente necessita dominar os princípios científicos e tecnológicos que sustentam a produção humana em permanente mutação; “Quando crianças e adultos brincam juntos, estão exprimindo uma aceitação incondicional mútua : não há outro motivo para desfrutar, do que a presença de ambos, sendo um, parte da vida do outro e pertencendo um ao outro.” Dr. Jan Van Gils - Presidente do ICCP

  • Ser um Agente do brincar

    - Ana Claudia Di Tullio - O ato de brincar tem papel central na vida de uma criança. Principal maneira com que ela se relaciona com o mundo. Quando brinca, a criança tem autonomia. Coloca no brincar sua vontade, seu desejo. A brincadeira constitui parte essencial da cultura infantil, construção viva e orgânica. Através do brincar, o sujeito transforma seu ambiente. Para mim, o desejo de ser uma agente do brincar surge da experiência de ser professora. Do desejo de ser alguém que possa propiciar momentos, ambientes e lugares em que o sujeito criança possa ser livremente, possa brincar do que quiser e fazer o mundo do seu jeito. E, da mesma maneira, a criança existente em todo adulto. Sou uma pessoa adulta. Mas não é por isso que deixo de brincar. Estou brincando a todo o momento: quando lavo louça, brinco de lavar primeiro todas as facas, e depois todos os garfos e só depois todas as colheres. Quando estou andando na rua, brinco de pisar apenas nos tijolos pretos. Brincava que minha cachorra era minha filha, e conversava muito com ela. Brinco de colorir as bordas dos cadernos. Brinco de enfiar a mão no pote de arroz e sentir os grãozinhos tocando meus dedos. Brinco de estourar as bolinhas do plástico-bolha. Assim como a protagonista do filme “O Fabuloso Destino de Amélie Poulan”, de Jean-Pierre Jeunet, encontro prazer em me relacionar com o mundo de forma lúdica. Sou também brincante. O agente do brincar não é um professor. Não é um instrutor, não é um recreador. O agente do brincar é um indivíduo que cria situações a serem descobertas, lugares a serem explorados e ambientes a serem transformados. É um profissional que agencia tudo isso, de modo que o brincante de qualquer idade transforme a realidade dada, relacionando-se com ela. As crianças me ensinam diversas outras maneiras de brincar. Ser professora de artes de educação infantil é acompanhar a construção do mundo pelas crianças. E elas estão constantemente construindo-o. Com a tinta, com o lápis e com a massinha. Dar uma pincelada no papel é criar uma estrutura. E quem comanda o pincel comanda o mundo: cria suas regras, cria seus limites. O limite pode ser o papel. Mas pode ser a mesa, o chão, o braço, o rosto. No momento em que lê imagens, a criança também brinca. Olha a pintura de um artista e, brincando, vê. Vê que os olhos são engraçados, que o chapéu parece um carro, que as cores são esquisitas. Brinca de descobrir as coisas. Como professora, meu papel é mediar. É mostrar quantos caminhos são possíveis. Também é observar, e a partir da observação fazer decisões que possam aumentar ainda mais a fruição da criança naquele momento. Quando brinca, a criança vive. Vive seu momento, vive outros momentos. Pode ser ela mesma, mas também pode ser outra. Pode estar ali, mas pode também ir para outros lugares. O que importa é que, no brincar, a criança é. E é pelo brincar que ela descobre o mundo, descobre os desafios, descobre os limites de seu corpo. É pelo brincar que a criança se relaciona com as outras pessoas, adultos e crianças. Brincadeira é simbolismo. E é através desse que a criança pequena representa o mundo. E que criança é essa? Qualquer uma. Toda e qualquer criança brinca. Ainda que não possua infância, a criança tem uma capacidade inata de ver o mundo pelos olhos do brincar. Capacidade essa que se vai diminuindo ao longo da vida. Mas que é essencial. Penso em filmes como “A Vida é Bela”, de Roberto Benigni; “O Labirinto do Fauno”, de Guilhermo del Toro; “Filhos do Paraíso”, de Majid Majidi; infâncias que foram suprimidas, vidas possíveis através do brincar, do olhar lúdico sobre o mundo. Quero ser uma agente do brincar para ser capaz de criar e propiciar ambientes, momentos, lugares e situações para que crianças de quaisquer idades e origens possam construir suas realidades, possam tornar-se brincantes em toda sua potência. Possam criar mundos. Desta maneira, vou eu também construindo minha realidade.

  • Bem-vindos ao BLOG da IPA BRASIL!

    A partir de outubro, você terá acesso a textos voltados ao direito de brincar escritos por nossa equipe e por alunos do Programa de Capacitação de Agentes do Brincar, além de conhecer histórias de sucesso destes agentes. Para começar, é importante saber onde teve início toda nossa história. Em 1961, nasceu a International Play Association (ipaworld.org), com o propósito de proteger, promover e preservar o brincar da criança como um direito fundamental. A IPA Internacional promove ações e intercâmbios entre disciplinas e setores e está presente em mais de 50 países. Para dar continuidade a este trabalho, a IPA Brasil nasceu em 1997 e compartilha da mesma missão, fazendo com que crianças e adolescentes tenham oportunidades para o brincar livre e acesso à cultura e ao lazer. Sejam bem-vindos e vamos juntos brincar! #pelodireitodebrincar #ipabrasil #ipaworld #amoblog

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